O que se tem visto em nosso país, e Manaus pode ser tomada como exemplo, é uma tragédia fabricada e impensável em pleno século XXI. Pessoas sendo asfixiadas, assassinadas nos hospitais e nas prisões por quem tem a obrigação de zelar pelas mesmas: a União, os Estados e os municípios.

Isso sem falar na mortandade cotidiana em todo o país!

E quando falamos na União, Estados e municípios não estamos falando de algo abstrato. Estamos falando das instituições que controlam e administram o país e que têm pessoas que lhes representam nas diferentes esferas de poder e em todos os níveis da administração pública.

E não podemos esquecer das empresas privadas, especialmente das grandes corporações, que a preço de ouro e com todas as garantias e benesses prestam serviços, como a White Martins, que é a principal fornecedora de oxigênio hospitalar no Brasil.

De acordo com a constituição federal, a maior lei do país, “a saúde é direito de todos e dever do Estado”. Ou seja, a União, os Estados e os municípios têm a obrigação de zelar pela vida das pessoas, garantindo-lhes segurança e saúde, além de outros direitos constitucionais.

Direitos pelos quais a população brasileira, especialmente os setores mais empobrecidos, paga e muito caro!

Mas, o que se vê são tragédias fabricadas pela irresponsabilidade dos/das governantes que, de um modo geral, governam para os banqueiros e grandes empresários. Não têm nenhum compromisso com as pessoas, inclusive, com as que os/as elegeram.

Que todos e todas se coloquem no lugar dos/das profissionais de saúde e familiares dos/das pacientes que estão sendo covarde e brutalmente assassinados e assassinadas nos hospitais de Manaus por falta de oxigênio, remédios, leitos, profissionais. Centenas de pessoas sendo retiradas às pressas de Manaus para outros Estados. Se cogitou de tirar, inclusive, bebês. Que situação! Que irresponsabilidade! Quanta falta de humanidade!

Realidade que choca e cria feridas na alma que jamais serão apagadas!

E neste momento de desespero, indignação e dor, impossível não lembrar da tragédia fabricada e anunciada das prisões em Manaus. No primeiro dia do ano de 2017 houve uma rebelião com 56 pessoas mortas, das quais, 30 decapitadas.

Nas prisões, assim como nos hospitais de Manaus, as pessoas estavam sob os cuidados e responsabilidade da União, dos Estados e dos municípios e de seus representantes.

Em 2017 como agora o que se vê é a barbárie capitalista e a irresponsabilidade dos/das governantes.

Venezuela e Cuba dão uma lição para o mundo!

Mesmo sob ataque permanente do governo brasileiro, a Venezuela em todos os momentos tem tido uma atitude de solidariedade e respeito para com o povo brasileiro, em especial das suas fronteiras: Amazonas e Roraima.

E a solidariedade neste momento, colocando à disposição oxigênio para Manaus, somente revela como o governo e o povo venezuelano consideram o Brasil um país irmão. É a solidariedade de um povo revolucionário!

Solidariedade que Cuba tem tido em inúmeros momentos, como agora na pandemia. Cuba enviou equipes médicas para combater a covid 19 em diversas partes do mundo. E na primeira quinzena de março de 2020 aceitou que o transatlântico MS Braemar, com cinco casos confirmados de Covid 19, atracasse em Cuba. Este foi um pedido do Reino Unido e da Irlanda do Norte, pois o navio tinha sido proibido de aportar nas Bahamas e em Barbados.

O que leva um país pequeno, uma ilha bloqueada pelos Estados Unidos, num momento em que muito pouco se sabia sobre o novo coronavírus, aceitar pessoas doentes vindas de outros países? A solidariedade. O governo cubano “dada a urgência da situação e os riscos para a vida das pessoas doentes” recebeu todos os cidadãos e cidadãs a bordo, “de acordo com os protocolos estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde Pública de Cuba”.

E publicou no jornal oficial do Partido Comunista, Granma, o seguinte: “são tempos de solidariedade, de entender a saúde como um direito humano, de reforçar a cooperação internacional para enfrentar nossos desafios comuns”.

Manaus, Brasil – Os crimes não podem continuar impunes!

Algo chama atenção e é revelador do que é o sistema capitalista: foi noticiado pela imprensa que a empresa privada White Martins detectou que tem oxigênio na Venezuela. E certamente tem em outros países e em outros Estados do Brasil. Ela está no Brasil desde 1912 e representa na América do Sul a maior empresa de gases industriais e engenharia do mundo, a Linde.

Por que a White Martins, o presidente Bolsonaro, o vice presidente Mourão, que é do Amazonas, o ministro da saúde, Pazzuelo, o governador e o prefeito deixaram chegar a essa situação das pessoas morrerem asfixiadas, por falta de oxigênio, e outras para escapar terem que ser transferidas às pressas para outros Estados? Quanta covardia e desumanidade! As responsabilidades devem ser apuradas e os/as responsáveis devem pagar por seus crimes.

E não apenas pelos crimes bárbaros cometidos em Manaus, mas por desviarem todos os anos quase metade de todo o dinheiro que é arrecadado da população, para entregar para banqueiros e grandes empresários, como tem sido denunciado pela Auditoria Cidadã da Dívida: https://auditoriacidada.org.br/

Contra a barbárie capitalista só temos uma saída: a Revolução Popular!

Fora Bolsonaro/Mourão!

LIBERDADE E REVOLUÇÃO POPULAR – LRP