NÃO À REEDIÇÃO DO “PRA FRENTE BRASIL” DA DITADURA MILITAR!

Diante do abismo entre a propaganda de sua imensa máquina de mentiras (fake news) e a realidade nua e crua da maioria das brasileiras e brasileiros, Bolsonaro resolve dobrar a aposta e investir em mais ferramentas de negação da realidade e de propagação do coronavírus e suas variantes. Em tempo recorde, respondeu à solicitação da Conmebol para sediar a Copa América, o que contrastou com a demora do governo em responder a ofertas de vacinas.

Depois da negativa da Argentina (por conta da pandemia) e da Colômbia (por causa das lutas populares em curso naquele país), a Confederação Sul-Americana de Futebol recorreu ao Bolsonaro para sediar seu campeonato de seleções.

E a seleção brasileira, que reagiu no primeiro momento, pelas últimas notícias na imprensa tende a engolir a ordem de Bolsonaro e participar da Copa da Morte no Brasil.

Apesar das informações anteriores que diziam que o treinador Tite havia discordado e da declaração de Casemiro de que “o Tite deixou claro para todo mundo o que nós pensamos da Copa América” e de que todos estavam em comum acordo com o treinador, tudo indica que vão recuar.

Caso recuem, mais uma vez teremos uma seleção brasileira ignorando a real situação do nosso país: o Brasil caminha para o número oficial de meio milhão de pessoas mortas e mais de 16,9 milhões de pessoas contaminadas; mais de 14,7 milhões de desempregados e desempregadas; um miserável auxílio emergencial que não compra uma cesta básica e nem atende a todas as pessoas que necessitam; cerca de 14,5 milhões de pessoas vivendo em extrema pobreza (registradas no Cadastro Único do governo federal).

Dia 13 de junho essa seleção pretende cantar “Pra Frente Brasil”, ignorando que o Brasil está numa situação vergonhosa em nível Internacional, como “fabricante de variantes da Covid-19”, como afirmou o jornal Le Monde Diplomatic.

Não se trata de estar ou não confortável para decidir obedecer a Bolsonaro. Trata-se de meio milhão de pessoas mortas, trata-se de submeter-se aos ditames de Bolsonaro que, motivado pelo negacionismo e por seus interesses inconfessáveis, resolve insultar a memória de todas as vítimas da covid 19, do sistema capitalista e da sua irresponsabilidade à frente do governo federal. Trata-se de criar um ambiente propício não só para propagação do vírus, mas para o governo impor ainda mais medidas de interesse dos banqueiros e das grandes empresas, como a contrarreforma administrativa – a PEC 32, que acaba de vez com o serviço público como direito da população.

Dessa vez, ao som dos possíveis gools contra países da região, a marchinha que encobriu a extrema repressão durante a Copa do Mundo e culminou com o aumento absurdo da dívida externa, com a extrema concentração de renda e aumento enorme da pobreza durante a ditadura militar, será reeditada, em nome do futebol, manchando mais uma vez a camisa amarela.

EM DEFESA DA VIDA, NÃO À COPA DA MORTE!

Não à entrega das riquezas financeiras e minerais do país! Vacina e condições de vida para todas as pessoas! Auditoria da dívida pública, já!