O povo pobre brasileiro está vivendo uma situação dramática com a pandemia da Covid-19. Uma crise sanitária que já vitimou quase 500 mil pessoas e escancarou a brutal crise econômica e social imposta pelo capitalismo, um sistema de destruição e morte.

Mais de 116 milhões de pessoas estão passando por algum tipo de insegurança alimentar. Cresce a fome, o arrocho salarial e o desemprego. Tudo está mais caro: os combustíveis, a luz elétrica, o preço do feijão, arroz e os produtos da cesta básica; além da luta por serviços públicos gratuitos e de qualidade.

O governo federal segue com sua agenda de retirada de direitos, ataques aos povos indígenas e quilombolas, entrega das riquezas do país e privatização, como a da Eletrobras.

É preciso intensificar a luta contra a PEC 32, pois representa o desmonte total dos serviços públicos à população.

 Retirar esse governo genocida é tarefa prioritária que não pode esperar 2022.

Mas, essa realidade não é sentida por todos e todas. Enquanto a crise econômica e social atinge em cheio a maioria da população, uma minoria de empresários, em especial do setor da saúde, do agronegócio e do sistema financeiro se aproveitou do caos existente para aumentar suas fortunas.

Também vivemos uma crise ambiental sem precedentes, nossas florestas estão sendo destruídas pela ação de madeireiras e o agronegócio, e nossos rios poluídos pelo garimpo.

A paciência chegou ao limite e a população com muita raiva do governo resolveu enfrentar a pandemia e tomar às ruas.

“Se um povo protesta e marcha em meio a uma pandemia é porque seu governo é mais perigoso que o vírus”. A frase, copiada dos gigantescos protestos na Colômbia, se espalhou pelo Brasil e foi a principal inspiração para que o povo saísse às ruas no dia 29/maio para gritar bem alto “Fora Bolsonaro”.

Cada vez mais acuado, o negacionista e entreguista Bolsonaro foi obrigado a prometer ao país que até o final do ano “todos os brasileiros que assim o desejarem, serão vacinados”.

Um governo cada vez mais isolado

Completamente refém do Centrão e da “velha política” Bolsonaro tem sido bombardeado pelas revelações da CPI da Pandemia. Mas, não somente isso! Está tendo que enfrentar agora as crescentes manifestações de rua.

Seu derretimento político em meio a denúncias de corrupção está fazendo com que o presidente fanfarrão convoque atos políticos cada vez menores. O último em São Paulo foi um fiasco de participação diante dos gastos exorbitantes com a mobilização.

Segundo a imprensa, foram 12 mil motos, segundo o pedágio 6.661 mas apenas 3 mil pessoas assistiram os discursos no final, o que deveria ser um glorioso ato populista em apoio ao Presidente da República, comum entre as lideranças fascistas, se tornou um gigantesco fiasco, expondo sua fragilidade e isolamento.

Greve geral sanitária em defesa da vida

Estudo da FIOCRUZ e a afirmação por parte de infectologistas que o Brasil esteja entrando em uma terceira onda de contágio com uma média de 2 mil mortos por dia fez acender o sinal de alerta de que ainda estamos longe de controlar a pandemia. A culpa é de Bolsonaro que atrasou a compra de vacinas.

Por isso, esse governo precisa ser derrubado. Novas manifestações estão marcadas para o dia 19/06, e no dia anterior devem haver panfletagens, paralisações e atrasos na entrada das fábricas em diversas cidades.

Se faz necessária a construção de um programa mínimo que estabeleça uma greve geral sanitária no país para preservar vidas, garantida pelo pagamento de auxílio emergencial no valor de 1 salário mínimo; redução da jornada de trabalho para 6h, sem redução de salários; reajuste geral dos salários; congelamento das tarifas de luz, água, internet, transporte público e dos produtos da cesta básica. Para tanto o governo deve usar os mais de 4 trilhões que tem em caixa, parar com a sangria do dinheiro público e realizar a auditoria da dívida pública com participação popular.

É um absurdo que em meio a tanta indignação com o governo de Bolsonaro, Lula e a direção do PT/PCdoB, inclusive a direção majoritária do PSOL, em vez de jogar peso na convocatória das mobilizações, e na convocatória de uma greve geral sanitária, estejam tencionados pelo calendário eleitoral de 2022.

Nós militantes e simpatizantes do PSOL que fazemos parte do Movimento Esquerda Radical nos somamos às vozes de todes os que querem derrubar Bolsonaro agora em 2021. Por isso no dia 19 de junho, estaremos, com todas as medidas necessárias de distanciamento social, nas ruas pelo Fora Bolsonaro e Mourão e em defesa dos direitos, do nosso país e do seu povo!

COORDENAÇÃO DO MOVIMENTO ESQUERDA RADICAL