Publicado em espanhol:

https://cubainformacion.tv/solidaridad/20200401/85343/85343-en-cuba-cono

Orgulho e emoção sinto quando vejo as imagens na televisão em que se mostram pessoas aplaudindo a passagem de nossa brigada médica na Itália e aos taxistas no aeroporto madrilenho de Barajas buzinando seus carros em sinal de agradecimento pela chegada de nossos profissionais de passagem para Andorra.

Agora na América Latina, em tempos de Covid-19, os carros tanque com canhões de água se usam indistintamente para reprimir manifestantes e para limpar as ruas; em Cuba temos um “problema”: nos faltam esses veículos pois faz mais de 70 anos que não se reprimem manifestações.`

À noite, os panelaços se fazem sentir nas cidades latino-americanas em protesto pela negligência à saúde no meio da crise: Em Cuba, às 9:00 horas da noite a população começa a aplaudir para homenagear aos trabalhadores da saúde cubanos que, não somente em Cuba, já combatem o Covid-19 em quinze países; além dos mais de 20 mil que prestam seus conhecimentos em quase todos os continentes.

Em muitos confins a população se apavora ao ver as forças militares nas ruas; em Cuba os hospitais militares têm sido os escolhidos para atender aos pacientes e aos suspeitos de estar contagiados. 

Quando sem porto que aceitasse sua chegada, incluindo os do poderoso vizinho estadunidense, o cruzeiro britânico MS Braemar, com cinco pacientes confirmados e dezenas de suspeitos de padecer Covid-19, atracou no porto cubano de Mariel, os cubanos não perguntamos quem eram os viajantes milionários e quem eram os humildes trabalhadores do transatlântico; todos, por igual, foram auxiliados e transferidos para o aeroporto em meio de medidas sanitárias eficazes.

Há poucas horas a uma aeronave da aerolínea alemã Condor, que cobria um vôo humanitário de repatriação, com 221 passageiros, desde Manágua, Nicarágua para Frankfurt, vários aeroportos da região do Caribe lhe negaram a permissão para reabastecimento. Foi minha Cuba, em tempos de pandemia, a que abriu a pista de aterrisagem do aeroporto da província de Holguín e atendeu o voo para que continuasse rumo seguro ao seu destino.

Nunca se poderá saber quantos seres humanos salvaram a vida, no mundo, graças ao Interferón Alfa 2B Humano Recombinante, medicamento antiviral criado em Cuba e produzido em nossa Ilha e na China, com tecnologia cubana, e que foi solicitado por mais de 45 países, pois é um dos remédios mais utilizados contra o Covid-19.

Milhões investem as autoridades estadunidenses para desinformar sobre a realidade cubana e agora mesmo para desvirtuar e desacreditar o apoio que brindamos, sem distinção ideológica, a qualquer país que o solicite. Chegam até ao cinismo de ameaçar aos que pedem ajuda médica a Cuba. Dá nojo!

Cuba entende que salvando se salva. É esse o nosso histórico sentimento, não agora, desde o século XIX.

Não é meu objetivo entrar em divagações políticas; digo apenas: Sim, me sinto orgulhoso de ser cubano. Se eu pudesse nascer de novo e escolher o lugar, rapidamente e para que não houvesse dúvidas, gritaria: Em Cuba, coño!

*Escritor e jornalista cubano.

Tradução: Lujan Maria Bacelar de Miranda