Ficamos, por força da conjuntura, absortos em muitos ataques. O capitalismo a serviço do sistema financeiro e das grandes corporações passa por crises endêmicas e como solução declara guerra contra nós trabalhadores e trabalhadoras desse país numa busca desenfreada por auto preservação.
Os governos de conciliação de classe, também submissos, não deram conta de resolver as mazelas desse sistema, até porque sua lógica também serve ao capital.
Já não bastava a precarização do trabalho, era preciso precarizar o “homem trabalhador”, dentre esses as mulheres são as mais penalizadas, em especial as mulheres negras e indígenas. Nosso suor e nossas mãos calejadas já não são suficientes, querem nossas almas!
Então, os elos da concordata são rompidos e, infelizmente, não pelos oprimidos, mas pelos próprios opressores. É basilar a privatização total da classe trabalhadora, daí o abandono dos serviços públicos, a desvalorização dos servidores e a legalização irrestrita das terceirizações. E nós sentimos na carne a força dessa necessidade de reestruturação de um sistema cuja falência é visceral: Uma reforma trabalhista que retira todo e qualquer direito conquistado, alterando as relações de trabalho de ruins para impraticáveis.
Nesse contexto só nos restou a resistência ou a desistência. E nós decidimos resistir. Mas de onde tirar tamanha força de ação? Da própria luta de classes! Ficamos presos á ilhas, ora de impassividade ora de autoconstrução e hegemonismo, esquecendo de chegar á janela e olhar toda a aldeia: a luta dos trabalhadores e trabalhadoras e de todo o povo oprimido. Essa luta é maior que nós mesmos e/ou nossas organizações. Ela não tem muros ou fronteiras e não entender essa perspectiva só nos apequena! Portanto, agradeço ao Terceiro Congresso da CSP Conlutas por ter sido, nesse momento, minha janela!
Agora mais confiante que antes numa construção que mova as massas, não como no capitalismo numa “fuga para frente”, mas para uma luta em frente até a nossa emancipação enquanto classe e enquanto seres!
Saúdo as companheiras e companheiros lutadores que lá estavam e conclamo os que por seus motivos não estavam, a virem compor um grande eixo de unidade que tenha como proposta romper com esse sistema que vive de contradições e se sustenta das desigualdades, mas que também se distancie do que nunca nos representou: a conciliação de classes dos que enchem os “Limoges” da burguesia de boa comida, enquanto para os trabalhadores só caem as migalhas!
Por fim, uma prece de alguém que não é religioso: Vida longa aos que lutam!

Keli Moraes de Abreu
(Professora, militante da LRP/Psol)