O que está por trás de toda a ofensiva dos EUA e das elites venezuelana e europeia?
Os grandes meios de comunicação têm mostrado a dramática situação na qual vive a República Bolivariana da Venezuela. Mas, obviamente mostram e interpretam a situação de acordo com os interesses de quem os financia e de quem representam e não de acordo com os interesses do povo venezuelano. Portanto, de acordo com os interesses das elites corruptas venezuelanas, do governo dos Estados Unidos e de seus aliados na Europa e em nosso continente.
E esta situação não é nova! Desde a chegada de Hugo Chávez ao Governo, a poderosa elite venezuelana, com o apoio dos Estados Unidos, praticamente não deu trégua, a não ser por curtos períodos.
A contrarrevolução bolivariana usa todas as armas disponíveis: guerras econômica, midiática e alimentar, golpe fracassado, como o que prendeu Hugo Chávez (e teve que recuar porque o povo desceu o morro e não era carnaval), desinformação permanente, atos terroristas, mercenários, deixando a população numa situação de extrema dificuldade.
Com a morte de Chávez as elites venezuelanas e o imperialismo intensificaram, ampliaram e aceleraram as medidas contrarrevolucionárias, instalando um verdadeiro caos em nome da “democracia”, ou seja, da democracia burguesa, que é a que lhes interessa. Mas, a despeito de todos os ataques e do jogo permanente dos meios de comunicação nacionais e internacionais, vale destacar que o governo venezuelano e o povo “tem conseguido resistir todo tipo de guerra interna e externa, sem entregar a Pátria nem facilitar ou potencializar massacres entre venezuelanos”.
Com a queda do preço do petróleo e a monoprodução petroleira, que torna a Venezuela dependente de alimentos e outros produtos; com os erros cometidos pelos/pelas dirigentes que não avançaram na organização do poder popular e só instituíram o Parlamento Comunal Nacional estabelecido na Constituição de 1999, em 2015, após perderem a maioria na Assembleia Nacional; com os ataques constantes da oposição de direita nos meios de comunicação e nas ruas; com as dificuldades e divisões internas a revolução bolivariana vive o seu mais difícil momento.
Mas, para além de todas as dificuldades, problemas, erros e equívocos que possam ter cometido os/as dirigentes venezuelanos ao não avançarem com o processo revolucionário, ao fazerem concessões em nome da “governabilidade” e não romperem com o sistema capitalista, é preciso que se compreenda o que está em jogo efetivamente na Venezuela.
Destacamos duas questões centrais:
Do ponto de vista econômico, o petróleo e a Amazônia venezuelana. A Venezuela tem em seu subsolo as maiores reservas de petróleo do mundo e inúmeras riquezas minerais.
Do ponto de vista político e ideológico, a revolução bolivariana.
O imperialismo não admite que a revolução bolivariana possa florescer em Nossa América. Daí a ofensiva do Governo Trump e dos aliados europeus contra a Venezuela!
Eles não conseguem conviver com países que exerçam ou ousem exercer sua soberania e a autodeterminação dos seus povos, como demonstra tão bem os Estados Unidos nesse momento com Trump – não aceita sequer os pequenos avanços obtidos na relação com Cuba – a despeito da manutenção do bloqueio econômico àquele pequeno e valoroso país.
O que eles querem não é a tão propalada democracia, mas não correrem nenhum risco em nosso continente de triunfo de um novo modelo de sociedade a exemplo de Cuba! É impedir qualquer possibilidade de unidade latino-americana. Impedir que países e povos que defendem uma Pátria Livre possam definir os seus rumos e construir sua própria história.
Apoiamos a luta do povo venezuelano e esperamos que a revolução bolivariana avance, que se amplie a consciência revolucionária, que projetos de exploração predatória da Amazônia sejam derrotados, que a Venezuela diversifique fortemente sua produção e adquira a sua soberania alimentar, rompa com o sistema capitalista e os seus valores fortemente arraigados em boa parte da população. Enfim, que o povo venezuelano abra e amplie os caminhos e sirva de exemplo para Nossa América!